Micropadaria usa redes sociais para atrair clientes

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Fórmulas matemáticas nunca assustaram Beth Viveiros, 38 anos. Depois de trabalhar durante anos em escritórios de engenharia, Beth se viu em um dilema de vida e carreira depois que o pai sofreu um acidente. “Eu via meu pai no hospital e pensava que não queria ficar o resto da vida trabalhando em um escritório. Queria fazer algo que gostasse”, diz. Foi aí que começou a cozinhar e procurou a escola de Rogério Shimura, em São Paulo.
 
 
Depois de pedidos para distribuir os produtos em restaurantes e bares e quase dois anos de experiência, Beth resolveu que era hora de deixar a cozinha de casa e encontrar um ponto comercial. “Eu não concordei no começo, faltou coragem. Mas nossa capacidade saltou de seis para 90 pães assados por vez”, conta Brandão.Os testes de receita domésticos foram ganhando alcance graças às redes sociais. Hoje, a Beth Bakery tem mais de 20 mil seguidores nas redes. “Quando comecei, decidi que ia usar a internet para vender os pães. Foi vendo exemplos de padarias do exterior que pensei no formato de assinatura, para ter um pão fresquinho uma vez por semana no café da manhã”, diz. Ao lado do marido, Tiago Mascarenhas Brandão, 36 anos, a empreendedora começou as vendas pela internet e fazia as entregas de encomendas pessoalmente.
 
O imóvel, em uma rua tranquila na Vila Mariana, em São Paulo, era para ser só uma fábrica. O apelo dos vizinhos, porém, fez o casal abrir as portas ao público em um novo formato: a micropadaria. “A gente abre às 16 horas e fica até as 20 horas. Vendemos só o que produzimos durante a manhã. O cardápio muda todo dia e varia conforme os produtos sazonais que encontramos”, diz Beth.
 
No local, não há venda de frios, nem serviço de mesa. A ideia é passar e levar para comer em casa, como antigamente. E, apesar da demanda constante pelo famoso pão francês, a empreendedora resiste. “Não vou fazer pão francês. A ideia é oferecer panificação internacional e apresentar novos sabores”, diz. Toda semana, Beth produz, pessoalmente, 500 pães, sem contar bolos e biscoitos.
 
Entre as opções, pães com passas, nozes, tomate e cebola. “Para não perder o cliente, produzimos também baguete, bolos e cookies todos os dias”, diz. Com um formato inovador, Beth Bakery faz parte dos milhões de microempreendedores individuais (MEI), mas já se prepara para mudar de regime. “Este ano vamos ter que mudar. Não sei como será daqui cinco anos, mas a ideia é continuar pequeno”, diz Beth.
 
O mercado
 
O país tem mais de 63 mil padarias e, em 2015, elas movimentaram R$ 84,7 bilhões, segundo dados do Instituto Tecnológico de Panificação e Confeitaria (ITPC) em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (ABIP). São mais de 15 milhões de pãezinhos vendidos todos os dias. Os negócios são, na maioria, pequenos e familiares.
 
Se você pretende abrir um negócio nesta área, é importante prestar atenção em fatores, como o ponto comercial, que podem ser cruciais para o sucesso do negócio. “A questão do ponto e do número de circulação de pessoas no local é fundamental”, diz Karina Muniz, consultora do Sebrae-SP. 
 
Fonte: http://revistapegn.globo.com/Banco-de-ideias/noticia/2016/04/micropadaria-usa-redes-sociais-para-atrair-clientes.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=post / Foto: Priscila Zuini / Por Priscila Zuini
 

Beth e Tiago: inovação com micropadaria artesanal