Com foco no brilho e contraste da imagem, HDR pode ser o futuro da sua televisão

Depois de lançar aparelhos com definição 8K, as principais fabricantes veem no HDR um importante passo para o futuro das televisões. Durante a CES 2016, principal feira de eletrônicos do mundo, diversas empresas apresentaram modelos com o recurso. O mesmo acontece com as plataformas de vídeo. Na mesma feira, Robert Kyncl, chefe de negócios do YouTube, revelou que a empresa pretende oferecer suporte para vídeos com HDR até o final do ano.

O termo HDR vem de High Dynamic Range, ou alta faixa dinâmica. A ideia é aumentar a diferença entre as áreas claras e escuras de uma imagem. Com isso, é possível ter a sensação de ver imagens mais realistas, pois cada pixel na tela consegue exibir mais opções de cores e mais tons de contraste entre o branco e o preto.

Apesar das mudanças na imagem, o recurso não pode ser considerado avanço ou concorrência para o HD, 4K ou 8K pois não tem o objetivo de aumentar o número de pixels, ou seja, deixar a imagem mais definida. O HDR pode atuar em qualquer resolução por se preocupar com a naturalidade da imagem exibida. Segundo Yuzo Iano, professor de Engenharia Elétrica e Computação com foco em comunicações audiovisuais na Unicamp, "o conceito do HDR aposta na maior profundidade dos pixels, isto é, em mais cores e em mais contraste".

Recurso dá ao telespectador a impressão de que as imagens estão mais próximas
Flick/Stefan Steinbauer

Recurso dá ao telespectador a impressão de que as imagens estão mais próximas

O HDR pode apresentar resultados diferentes de acordo com a tela. As TVs de LED são as mais indicadas para quem deseja ter a melhor experiência em HDR pois possuem pequenas lâmpadas abaixo da tela que oferecem mais brilho. As televisões OLED produzem um brilho próprio que, na maioria dos casos, não atinge o mesmo nível de luminosidade de uma tela de LED.

A melhoria da imagem no HDR é possibilitada por um aumento do número de nits da televisão. O nit é uma unidade de medida que avalia o brilho de uma tela. O aparelho possui um pico de brilho e um número mínimo de tons de preto. Para se ter uma ideia, televisões mais antigas costumam ter por volta de 120 nits para picos de brilho e 0,1 nit para níveis de preto. As televisões HDR podem ultrapassar 1000 nits de brilho e ter níveis de preto muito pequenos: algumas televisões têm 0,0005 nit. O aumento do intervalo entre o valor dos pontos claros e dos escuros é o que causa o efeito do HDR. Além disso, as televisões são capazes de exibir mais cores que as convencionais, de 8 bits. "Os televisores HDR podem reproduzir até 10 bits de cores. Isso significa 64 vezes mais opções de cores que nas TVs sem o HDR", explica Iano.

Para o professor, o HDR pode ser considerado uma "evolução natural da tecnologia de televisores", já que o aumento da resolução parece ser um fator totalmente resolvido. Por isso, as atenções foram voltadas para a quantidade de cores, intensidade luminosa e níveis de contraste de cada pixel. "A experiência vivenciada pelo espectador terá o impacto de uma grande mudança", opina.

Assim que os televisores compatíveis HDR chegarem ao mercado brasileiro, o usuário precisará encontrar aparelhos com o maior número de nits para picos de brilho e o menor para níveis de preto. "Além de verificar se atende os requisitos compatíveis com o HDR, o consumidor deve também conferir a disponibilidade de conteúdo em HDR a fim de ter toda a experiência que essa tecnologia proporciona", sugere Iano. Afinal, de nada adiantará ter uma televisão com HDR se não houverem conteúdos com o recurso.

Fonte: http://tecnologia.ig.com.br/2016-02-29/com-foco-no-brilho-e-contraste-da-imagem-hdr-pode-ser-o-futuro-da-sua-televisao.html / Foto: Flickr/Nicolas Raymond / Por Victor Hugo Silva – iG São Paulo

Em vez de oferecer mais pixels, HDR exibe mais cores em cada ponto da tela e pode ser aplicado em qualquer resolução